"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente"
Embora não seja poeta, sou uma pessoa, não tão complexa quanto o Pessoa, e finjo que é dor a dor que deveras sinto.
Todo dia, ao acordar, preciso achar um motivo pra levantar e encarar o trânsito e o emprego que, apesar de pagar direito, não traz satisfação alguma. Basicamente o motivo que encontro é poder cuidar da pessoa que amo. Ou simplesmente falo pra mim mesmo "Você é pobre, Alexandre", e me convenço a sair.
Não tô tentando fazer texto que faça sentido ou qualquer coisa. Tá mais pra um desabafo, apenas.
Tô cansado. Não fisicamente, mas na "alma", se é que isso existe. Esgotado. Esvaído. Parece que está num nível celular, se é que essa comparação faz algum sentido.
Não, não estou fazendo carta de despedida, não pretendo me matar nem nada disso. Não faz meu estilo. Dá trabalho, é sujo e deixa as pessoas que você ama devastadas. Não que esse pensamento já não tenha surgido na cabeça, até mesmo por conta da depressão diagnosticada há anos. Mas sempre fui mais do "encara de frente e foda-se". E não tenho intenção de mudar essa atitude.
Mas confesso um certo alívio que Nembutal seja difícil de se conseguir.

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