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Memento mori.


 Ontem, após o almoço, fui ao banco pagar umas contas. Ao virar a esquina, umas faixas amarelas limitavam a passagem e um reflexo prateado não deixavam dúvida: um cadáver coberto por um cobertor térmico, em frente ao banco.
Ao entrar no banco, perguntei à recepcionista se havia sido assalto. Não foi. A pessoa simplesmente caiu morta. Puxaram o cabo do outro lado da Matrix.
Eu cresci acostumado a ver cadáveres na Vigário Geral dos anos 80 e 90. E sempre muito sangue e vísceras. Mas essa morte em si me bateu mais fundo. Não foi um ato de violência, já banalizada. A vida simplesmente cessou numa quinta-feira chuvosa numa esquina movimentada do centro do Rio.

Por uma estranha coincidência, o sistema do banco caiu também naquele momento. Então voltei ao trabalho.

Mais tarde, voltei ao banco. O sentimento sobre a morte do desconhecido bateu mais pesado ainda. Antes haviam dois agentes do Centro Presente e mais uma ambulância do SAMU. Algumas horas depois ainda estavam lá as fitas amarelas isolando o embrulho prateado, mas nenhum agente público se encontrava por ali. Só o segurança do banco, tomando calmamente um café.




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