Numa conversa sobre artes marciais, defesa pessoal e afins, sobre como as artes marciais mundo afora tem mais em comum do que parecem pois a Física e a Anatomia são as mesmas em qualquer lugar e qualquer época, falei sobre uma situação ocorrida comigo certa vez.
Contextualizando:
Vigário Geral é um bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro,e fica numa região conhecida com o Leopoldina. É dividido em duas partes: Favela e asfalto. A favela não fica no morro, fica numa área plana entre a linha do trem, o rio Pavuna e uma base dos fuzileiros. O que divide o bairro em dois é linha do trem e, como a favela é plana, usam a estação do trem como ponto de observação, pois ela é elevada
Pois bem.
Certa feita, em uma noite, fui pegar o trem. Para chegar na estação, há que se subir uma passarela por cima de uma rua movimentada. Chegando na estação, um sujeito com olhos arregalados, possivelmente em surto, falava coisas desconexas. O problema é que ele estava com um fuzil AR-15 (ou similar) e apontou pra mim, balbuciando mais coisas desconexas.
Meu primeiro pensamento foi "Morri". Depois "Se eu correr, vai ser pior. As balas são mais rápidas. Me jogar da passarela numa rua de trânsito pesado também não é uma boa opção". E depois "Ah, foda-se então"
Continuei andando e falei pro cara "Opa, só tô indo pegar o trem". Ele balbuciou umas outras coisas e um "Valeu, valeu"
Desci pra plataforma, aí sim as pernas perderam força e eu sentei suando frio 😅
Ao ouvir esse relato, um amigo me falou sobre uma passagem em um livro japonês do século 17 que versa sobre as estratégias de espionagem dos shinobi (o popular ninja).
Curiosamente essa passagem me fez lembrar dos capoeiristas clássicos. O que me faz pensar que a Malandragem também será a mesma, independente do lugar e época.
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