Chega um momento na vida em que resolvemos fazer uma atividade física, seja por lazer, terapia ou mesmo pra perder uns litros de banha, e começa então a difícil tarefa de escolher a atividade. Pode ser algo para o qual as circunstâncias nos levam, como a Fran e a corrida, pode ser algo que você realmente goste, como minha esposa e a dança, ou pode ser por mera curiosidade, como eu e as artes marciais.
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Everybody was kung fu fighting |
Quando resolvi treinar eu não imaginava a quantidade de estilos disponíveis por aí. Judô, jiu jitsu, karate, kung fu, boxe, taekwondo, aikido... As possibilidades são infinitas. Primeiro passo: Escolher a arte marcial que você quer praticar. Não é tão simples assim, ainda mais se você não conhece nada. Sugiro assistir algumas aulas de várias modalidades e escolher uma com a qual você simpatize. O “clima” da academia é MUITO importante.
Depois que escolhi o Karate, precisei comprar o uniforme de treinamento, o popular kimono (que na verdade não é o nome correto, mas em qualquer loja só vão conhecer mesmo por kimono, então chame-o assim). Segundo passo: A escolha do uniforme. Teoricamente era pra ser algo fácil, é só chegar e comprar um kimono, mas não é tão simples assim. Dependendo do quê e de onde você treina, você só pode utilizar um kimono completamente branco. Há sistemas que permitem um kimono azul, ou um preto, ou um rosa, ou... Inúmeras cores. E não pense em economizar. Se for treinar algo como judô ou jiu jitsu, não compre um kimono de karate por ser mais baratinho. Ele vai rasgar em duas ou três aulas.
Escolhido o uniforme, bem, lá vamos nós para o treino. Simples, não? Não! Você agora começa a entrar em uma nova cultura. Dependendo do que treinar é simples, a maioria dos termos é em Português. Por outro lado, na maioria dos lugares você vai escutar termos em Japonês, Chinês, Coreano, Tailandês, Filipino, Hebraico, Francês... Uma Torre de Babel marcial. Terceiro passo: No início decorar, depois entender. Você vai se atrapalhar com os termos, mesmo em Português. Ou vai dizer que você sabe dizer o que é um “rabo de arraia”?
E começamos a aula, fazendo os movimentos que o professor demonstra. Nossa, ele faz tudo parecer simples, né? É, mas é só impressão. Não é simples, ao menos não no começo. Você não tem equilíbrio ainda, embora pense que tenha. Ainda não sabe “utilizar o quadril”, “deslocar o centro de gravidade” entre outras coisas.
Quarto passo: Não se desespere. Você com o tempo vai conseguir. Não se sinta diminuído ao ver todo mundo conseguindo e você não. Todo mundo ali teve sua primeira aula, inclusive o professor. O legal nas artes marciais é você perceber o seu desenvolvimento, você conseguindo vencer suas barreiras.
Nossa, agora você está conseguindo mais ou menos fazer os movimentos de bloqueio, ataque, quedas e chaves. Está feio, mas já consegue não cair ao se mover. Legal. Chegou a hora de fazer um treino livre com algum colega. Sim, claro, é uma arte marcial, porrada é inerente ao aprendizado. Sim, você VAI sentir dor.
Quinto passo: Não chore. A dor faz parte do aprendizado de artes marciais, não tem jeito. Nariz sangra, você sai arranhado, com hematomas. Nossa, até mesmo bater dói, acredite. Mas com o tempo você acostuma e aprende a não se machucar. E passa a adorar isso! Parece loucura, e é.
No geral, quem não conhece esse lindo caminho das artes marciais, acha que tudo não passa de violência. Não é bem assim. Aprendemos a lidar com nossos medos, a lidar com situações de pressão e a nos superarmos. Nossos colegas de treino acabam se tornando uma segunda família, e bastante unida. Você passa a pesquisar mais sobre a história do seu estilo, e de outros, e aprendendo muito sobre a cultura do local de origem, ou mesmo do seu próprio país, dependendo do estilo escolhido. Eu escolhi esse caminho por pura curiosidade, e me apaixonei perdidamente.
Copiado descaradamente de mim mesmo em uma postagem feita no blog da Fran
eu ja tinha lido esse post antes no blog da fran! muito bom!!!
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