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Kitânico Blog 3, o Desafio Final.

Nessa minha última ida ao festival de Takeshi Kitano na Caixa cultural eu revi "Zatoichi" de 2003. Adoro esse filme, tenho o DVD e sou fã do personagem.  Zatoichi é um dos personagens de ficção mais conhecidos na literatura do Japão e TV. O personagem foi criado pelo escritor Kan Shimozawa e depois foi adaptado para a TV pelo Daiei Studios e originalmente interpretado por Shintaro Katsu.  Zatoichi aparece como um anma san (massagista) cego que vagueia ganhando a vida realizando suas massagens, acupuntura e jogando dados. No entento, ele é um excelente espadachim do estilo Muraku-Ryu de kenjutsu e iai e também mostra habilidades em Sumo, taijutsu e kyujutsu.  Ele não carrega uma katana comum, e sim uma shikomizue (espada disfarçada de bengala). Ou seja, ele passa a imagem de um massagista cego completamente indefeso. Isso, pra mim, é genial. Então, Kitano sempre foi um fã de Chanbara (o nome original dos filmes de samurai) e nada melhor que esse personagem ic...

Kitânico Blog 2, a Missão.

監督·ばんざい (Kantoku. Banzai!) ou "Glória ao cineasta!" é um filme autobiográfico de Kitano. É o segundo da trilogia autobiográfica, iniciada com Takeshis e terminada com Aquiles e a Tartaruga. Neste ele usa uma forma meio "Monty Python's The Meaning of Life", com várias esquetes meio com uma certa ligação entre si para contar criativamente sobre como um hiato criativo o está atacando.   É um filme bem difícil de descrever, é meio como se Ed Wood e Stanley Kubrick se juntassem numa só pessoa e fizesse um filme. E atuasse. E usasse um boneco de fibra como dublê. A forma como ele narra usa recursos propositalmente toscos de computação gráfica, pessoas agindo como se estivessem em anime e hilárias autocríticas a seu estilo e sua fixação por violência e Yakuza.  Resumindo: Takeshi Kitano, interpretado por Beat Takeshi (Sim, são personalidades distintas)  busca desesperadamente um novo gênero que trará o público de volta aos cinemas, visto que seus filmes nunca f...

Kitânico Blog

あの夏、いちばん静かな海  "Ano natsu, ichiban shizukana umi (O mar mais silencioso daquele verão)", de 1991, filme dirigido e escrito por Takeshi Kitano, famoso por seus filmes violentos geralmente sobre a Yakuza e que estrelou e dirigiu um Zatoichi que fazia até o sangue jorrando ser bonito. "Uma cena à beira mar" (nome dado aqui no Brasil e em Portugal) mostra o Kitano poético, bem humorado e metafórico de sempre, só que sem a violência habitual. Imaginei que seria chato de se assistir mas, não, o filme cativa.  O filme se passa em uma cidadezinha litorânea no Japão onde vivem Shigeru, um catador de lixo surdo-mudo e sua namorada Takako, também surda-muda. Certo dia Shigeru estava recolhendo lixo pelas ruas da cidade quando encontra uma prancha de surf quebrada. Ele fica fascinado por ela e acaba a levando pra casa e a consertando.  A partir desse momento, ele faz do surf um ideal para dar sentido à sua vida, ignorando totalmente o amor de Takako, que o segue para tod...

Fit blog

 Então comecei a emagrecer. E emagrecer direito, sem dietinha da moda, sem operar porra nenhuma, só fazendo reeducação alimentar, me mantendo na musculação, fazendo minhas sessões de porrada e o tal exercício criado pelo cara que mandou soltar Barrabás e deixar Jesus preso. Em mais ou menos 2 meses perdi 8 quilos e estou começando a perder roupas pois estão ficando largas demais. Não pretendo ficar "Fit" nem nada disso, é mais por uma questão de saúde e qualidade de vida mesmo. Basicamente tô trocando meu corpo de Akebono por um de Roy Nelson. Eu pensei em começar a escrever sobre essa rotina, em como me motivei e tentar assim incentivar mais gente a buscar isso, mas aí lembrei de dois pontos: - Não me motivo. Apenas sei que minha saúde depende disso. - Não dou a mínima se você está acima do peso. Não é problema meu.

Musculoso blog

    Após anos tentando começar e desistindo no mês seguinte, me vi obrigado a me inscrever, frequentar e continuar na musculação. Ordens médicas pra que eu possa continuar a treinar minhas porradas em paz sem minha coluna me foder muito mais.  Não é segredo que nunca gostei de musculação nem do marombeiro médio. Não, não acho que malhar seja coisa de gente burra e nem perda de tempo. Apenas acho que é um exercício muito chato, extremamente maçante. O clima de uma sala de musculação não me agrada nem um pouco também, e o marombeiro médio tem umas manias muito escrotas. Seguem minhas razões pra detestar esse trem: - Não consigo não me achar idiota usando a tal mesa flexora. Parece que vão me preparar pra um exame de próstata. - Mesma sensação pra cadeira adutora. Mas aí parece que farão um Papanicolau. - Música de academia. Sério, qual a razão pra colocar esses dance farofa? - As pessoas ficam reparando no peso que cada um levanta.  Séri...

Futebolístico Blog

Essa semana lembrei que detesto futebol. Ver torcedores de um time, que está afundado na merda e sendo rebaixado pela terceira vez, comemorar loucamente a vitória sobre o rival, que é outra grande porcaria, realmente é algo que nunca entrará na minha cabeça. Esse meu desprezo por esse esporte começou faz tempo na verdade. Pra ser sincero eu nunca gostei muito de esportes por equipe, tirando o vôlei feminino por razões óbvias, mas o futebol sempre teve um destaque por ser o esporte favorito do brasileiro médio e aparecer o tempo todo e todos falarem dele. Em especial passei a detestar o Vice da Gama por ter de conviver com tio e primo vascaídos. O problema de um brasileiro, em especial um homem cis hétero (é, quis usar essxs termxs diumanas pois os acho hilários), é que a infinita maioria das pessoas acha MUITO estranho que um cidadão nos termos supracitados não curta o esporte bretão. As situações geradas são, no mínimo, curiosas. Por exemplo, as pessoas perguntam com uma...

Nipocarioca Blog

Todo ano, entre Agosto e Setembro, rola no Aterro do Flamengo a Festa do Japão, organizada pelo consulado japonês e entidades culturais e esportivas japonesas da cidade. Eu, pra variar, vou nessa festa como faço desde a primeira edição, visto que é uma das raras oportunidades que tenho pra comer karê. Costumava participar mais ativamente, seja fazendo yakissoba, vendendo bebidas ou servindo karê, mas agora vou mais pra curtir mesmo, e venho notando a evolução da festa (notem que evolução não significa melhorar, e sim adaptar). Certas coisas não mudaram, como as primorosas apresentações do Rio Nikkei Taiko e da Associação de Kendo do Rio de Janeiro, sempre muito boas, além do delicioso karê. Porém outras mudaram de uma forma que fazem com que eu me sinta uma espécie de "hipster da Festa do Japão", tipo: A festa agora fica superlotada. Você mal consegue circular. Cosplayers. Não vejo o menor sentido em pessoas andando fantasiadas nessa festa. Pessoas com orelha...